quarta-feira, outubro 25, 2006

Um dia de Bridget Jones - Parte I

"Minha vida é uma versão tupiniquim de Bridget Jones"


Em plena terça-feira chuvosa, na terra em que até uma chuvinha faz abrir uma gigantesca cratera na Orla Marítima, sim, acordo com enxaqueca! Nada melhor do que uma enxaqueca, resumos a serem escritos e mais o que? Ah, lembrei que não tenho um namorado pra me ligar e perguntar como foi a noite? Ah, se tivesse um, provavelmente estaria com ele na noite anterior, não?! Eu e minhas idealizações de relacionamentos perfeitos!
O dia poderia ser perfeito se houvesse tido um dilúvio e avisassem: “A cidade será interditada para balanço universal”. Sim, porque essa cidade precisa de balanço para tudo. Inclusive os próprios cidadãos, que como eu, se sente uma versão de comédia Britânica em plena terra tupiniquim (falo, crítico, mas a adoro, ainda em terra vossa). Mas vamos lá, não houve o tal dilúvio e tive que ir à aula. A roupa não deu, peguei o ônibus atrasada e ainda tive que escutar aquele ruído labial(god knows how this sound is called), do qual, até os dias atuais, não fora transcrito por nenhum estudo fonético: “ssssssssssssssg”. Se me perguntar se está correto a tentativa de transcrição, não sei. Fonética não é minha matéria favorita. Mas o som nos remete à infância, quando se levava um clássico “pedala Robinho” á moda antiga “toma esse sopa direito, menino”. Sim, aquele indivíduo, cuja profissão é a de cobrador de ônibus, reproduziu aquele ruído ao ver meus seios quase pulando pela blusa que não coube, passando pela borboleta. Aaaaaaaaaaaah meu camarada, agora sim, cadê a aliança? Cadê namorado? Cadê o artigo masculino de minha propriedade? Por um momento pensei “Vou mandar tomar nos fedendo dele”. Mas aí, eu obviamente iria escutar algo do qual não seria apreciado. Calei-me e sentei lá na frente, cobrindo as tais partes com minha pastinha de livros, toda caquética da Samsung. Ah, meu dia não vai ser bom --- como se fosse uma grande coisa depois de não dormir a noite inteira com enxaqueca e pensando no ex-. HOMENS. Meu fracasso.
Até aí tudo bem. A aula foi normal. Aliás, o que mais poderia acontecer, para chegar ao topo do substantivo, usado como adjetivo por estudantes como eu: tosco, tosquidão. Até que chegou o almoço e fiquei te tocaia, esperando algum amigo, camarada e com pressa (sim, pois com pressa não poderia negar meu pedido. Ou poderia??!). Pois bem, veio um, outro, até que tive coragem e pedi:
- Me paga uma coxa de galinha?
- Sim. Qual você quer? Essa maiorzinha aqui?
- Oxi! Claro, é essa mesmo!
- Espera, me dá aqui.
- Oxi, venha atrás, com pressa.
- Ô fulana, me arranja um saco pra colocar a coxa de galinha que acabei de ganhar! Tenho aula agora!

E seguir desenfreadamente para sala de aula, com um sorriso rasgado e mostrando a todos um dos mais belos e esquemáticos feitos, do qual sinto orgulho até agora, não tanto quando lembro de limpar o aparelho.
Depois dessa aula, fomos pra aula de Fonética, a qual, mais uma vez, o professor não apareceu. Sem problema, o Shopping Barra fica a 5 minutos de carro. Ah se eu soubesse que o que estava pra acontecer ia fazer ganhar meu dia. Pois bem, descemos a escada fazendo planos, conversando sobre o que iríaamos fazer no Shopping (...)
Estava eu lá no saguão, esperando o que não sei. Lembrei! Estávamos anotando o número do professor de Fonética (Sei lá, nunca se sabe quando vamos precisar), quando me passa um certo rapaz, do qual não vou esquecer daquele olhar “vamos sair depois da aula de cálculo III?”. A-D-O-R-E-I. Fiquei mais um minuto e ele apareceu novamente, olhou e foi beber água. Enfim, tive que ir e não sei o nome do tal estranho que me fez esquecer do cobrador tarado e da coxa de frango que mendiguei.
Agora paro e penso se realmente a filosofia de cozinha, da qual costumo pregar, de que mulher moderna não precisa de homem, se sustenta sozinha e bebe uísque sem gelo em casa, apenas vestindo aquela calcinha cara da Scala (a mulher moderna DEVE ter dinheiro pra comprar uma calcinha da Scala!) é pertinente à minha pessoa. Será que realmente eu posso dizer que não preciso de homem?! Sim, eu posso. Mas eu preciso do homem que ria comigo do cobrador tarado, que faça piada das coxas de frango encantadas e que saia comigo depois de um dia cansativo para rirmos da miséria de ambos. Não quero me sustentar. Eu quero viver e fazer o que planejo no calado espaço de meu quarto. Não se preocupem, pois a ninguém matarei.
Talvez esteja ocupada demais e a perceber que se gastar meu tempo, imaginando o quão bom é espalhar minha filosofia feminista frustrada, vou perder um valioso tempo; de chegar para o meu estudante ocupado e dizer que quero passar as férias de verão juntos, quero rir do gordo que passa, e da magra que as roupas folgam no ajuste esquelético de suas curvas. Quero rir de mim mesma e saber que depois de todo verão, eu volto a ser uma versão tupiniquim de Bridget Jones. Volto a ser assim, pedindo coxa de galinha (prefiro assim) na fila da cantina, e suspirando por um olhar. Afinal de contas, tenho apenas dois anos para continuar a fazer isso. Os anos passam, e as coisas, mudam. É um fato.

L. Ferreira

quinta-feira, outubro 19, 2006

Ai ai...


Algumas vezes acho que as amebas são mais inteligentes do que muitos eleitores brasileiros. Para comprovar isto basta apenas ver o resultado das eleições para Deputado Federal em São Paulo.

Sem comentários

Óbvio é pouco!


Se não fosse pela plaquinha ao lado, jamais saberiam que se trata de um elevador. Será que alguém pensou que fosse a porta do banheiro ou algo assim?

segunda-feira, outubro 16, 2006

O coronel Ubiratan não teve a sua "hora da estrela".

Essa notícia já é velha, mas como não somos jornalistas temos todo o direito de comentar, dar uma requentada nela para usarmos no blog.

Pô,sacanagem! O delegado Ubiratan tinha muitos inimigos, várias amantes, era ameaçado de morte pelos bandidos e foi morrer logo pelas mãos da namorada ciumenta?

Antes fosse morto em uma emboscada de uma facção criminosa, ou mesmo até esfaqueado por uma de suas amantes -cuja procedência é desconhecida- enquanto entrava em um montel, ou até mesmo ser baleado e perecer em confronto com um matador de aluguel, sei lá, qualquer coisa. Mas ser morto em casa, enrolado na toalha, pela namorada é foda. Essa morte é sim, muito tosca.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Toscos somos nós.




Ô Brasileiro, povinho tosco e burro, vê se aprende a votar!

Update

"Collor é eleito senador por Alagoas e ocupa cadeira de Heloísa Helena(...)
Na campanha, Collor enfatizou um discurso que tentou convencer o eleitorado de que foi injustamente afastado do Planalto em 1992. Na época, ele sofreu processo de impeachment, mas acabou renunciando ao cargo. Mesmo com a renúncia, o ex-presidente teve seus direitos políticos cassados pelo Senado até o ano 2000."


Fonte: UOL

É sempre assim, esse daí foi injustiçado, o outro não sabia de nada. Fica impossível levar o Brasil a sério. Caso Lula ganhe - o que sinceramente espero que não aconteça - já imagino a articulação desses dois toscos para uma ladroagem sem precedentes na história do país. E repito até cansar, toda repetição é pouca: Ô Brasileiro, povinho tosco e burro, vê se aprende a votar!